Desabafo
"Um dia eu falei-te da discriminação humana em relação à deficiência mental, à diferença, etc,... Tu duvidas-te, continuas-te a acreditar na bondade do ser humano. Infelizmente mais tarde, e a custo de algum sofrimento, vieste a comprovar que o ser humano é menos nobre de sentimentos e sensibilidade do que tu julgavas. No entanto, eu, como tu já me descreves-te uma vez "sensível e imparcial" (talvez não tenham sido estas mesmas as palavras, apenas uns sinónimos, a nossa língua é muito rica), me fizeste acreditar talhada para serviço social. Muitas vezes após essa nossa conversa, na garagem da minha casa, te dei razão em silêncio. Hoje fiquei deveras surpreendida, ainda assim, com o mundo e os seres humanos, se é que a isso se pode chamar um ser humano, e com as minhas capacidades, tal como com a tua análise (desculpa). É que depois de conhecer um dos seres mais doces do planeta e saber que o pai biológico se recusa a conhecê-la, uma menina linda de 5 anos com paralisia cerebral, problemas no parto, Só me apetece chamar-lhe Filho da ..."
Paula